Contato com telas

A tecnologia digital vem modificando o mundo a nossa volta e trazendo
mudanças importantes nos comportamentos e relacionamentos. O acesso ao uso de telas por bebês, crianças, e adolescentes vem crescendo (geração digital) e os prejuízos muito tem preocupado os pediatras, assim como outros profissionais na área da saúde e educação. Temos assistido uma multiplicação de acessos e em idades cada vez mais precoces. E muitos pais, já nativos digitais, não conseguem perceber a extensão dos problemas que poderão enfrentar, pensando ser um comportamento natural e próprio da rotina familiar.

Sabemos que o acesso à internet é um processo sem volta. O que precisamos de fato é ajustar com a saúde física e mental, determinando quando, como, e quanto usar dessa ferramenta, inclusive nos informando sob as questões legais do uso inadequado pelos menores de idade.

Parece fácil, mas não é!
Um grande desafio….

Algumas problemáticas que podemos enfrentar com o uso precoce e prolongado de telas: dificuldade de socialização, dificuldades escolares, dependência digital, problemas mentais, aumento da ansiedade, violência, cyberbullying, transtornos de sono e alimentação, sedentarismo, problemas auditivos (uso de fones de ouvido), problemas visuais, problemas posturais e de lesões por esforço repetitivo, problemas com a sexualidade (pedofilia, exploração sexual, pornografia …), comercialização de drogas, suicídio, “brincadeiras” de desafio…

Uma infinidade de riscos que merece nossa atenção e zelo com a temática.
Outra percepção que venho tendo na minha rotina de atendimentos, é que os pais ou cuidadores estão lançando mão cada vez mais de telas, para resolverem situações cotidianas adversas e naturais do convívio, na busca de manterem as crianças “quietas” e os jovens “satisfeitos”. As telas viraram “calmantes”. Calmante para agitação, para comportamentos impulsivos, para ansiedade, tédio, stress, tristeza, raiva …E com isso, venho observando o incremento das problemáticas já enlencadas acima, e ainda a ausência do convívio saudável da família e as vivências ricas de mãe / pai e filhos, sendo substituídos pelas telas.

Fica a recomendação da supervisão, acompanhamento próximo e regulação por parte dos pais, de forma ativa e contínua e o convite para semearmos e adubarmos o convívio em família!

Dra Mariana Franceschini Falavina Grigoletto
Médica CRM SP 88.687
Pediatra RQE 32.475

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